segunda-feira, 26 de abril de 2010

Frigorífico demite mais de 500 funcionários e pára segundo turno

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

O JBS Friboi, considerado o maior frigorífico do mundo, fechou o segundo turno (criado para funcionar à noite) demitindo mais de 500 funcionários da unidade Barra do Garças, a 540 km de Cuiabá, no leste do estado. As demissões ocorreram antes mesmo do feriado de Tiradentes lotando o pátio da empresa e de um supermercado enfrente a unidade barra-garcense. Era possível ver a tristeza e o desânimo na fisionomia de alguns funcionários, que mesmo com a garantia por cinco meses do seguro-desemprego, temem não conseguir reaver um posto de trabalho no mercado.

A empresa oficialmente não se manifestou sobre o assunto, mas especula-se que o motivo desta demissão em massa seria a crise mundial que diminuíram as exportações brasileiras no mercado de carne bovina. O assunto trouxe certa preocupação em Barra do Garças porque o JBS Friboi é o maior empregador da cidade e já teve 2 mil funcionários abatendo 2,5 mil cabeças de gado/dia e com as novas demissões reduziu o seu quadro empregatício para pouco mais de 1.300 funcionários.

Segundo informações, um grupo que veio de Nova Xavantina quando a unidade daquela cidade fechou, está retornando na expectativa de voltar a trabalhar. A crise no mercado internacional já forçou o fechamento de outras unidades no Araguaia.

O ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação, Alexandre Moreira Aguiar, também entrou na lista de dispensa do JBS. Ele torce que a situação do mercado estrangeiro mude e o mundo volte a comprar mais carne do Brasil. “Nós temos que torcer para que isso aconteça caso contrário poderemos perder mais postos de trabalho” frisou. Exemplo disso é a unidade do Margem que empregava 400 funcionários na Barra e foi fechada e devolvida ao grupo Bertin que por sua vez foi adquirido pelo Grupo JBS.

Em função da retração do mercado internacional de carne, o grupo JBS não só enxugou a máquina em Barra como também inovou devido à crise está vendendo carne dentro do mercado interno da cidade. A empresa adquiriu 12 veículos vans para venderem carne de porta em porta pela cidade e causou divergência com as casas de carnes e açougueiros de Barra. As vans não ficam apenas em Barra e circulam também pelas cidades de Aragarças-GO, Pontal e agora está indo para Bom Jardim-GO, Araguaiana e Torixoréu-MT.

O vereador Odorico Kiko(PT) lamentou a decisão da empresa onde uma demissão em massa de 500 pessoas causa um choque muito grande na população. Segundo o petista, o governo de Mato Grosso precisa junto com o governo federal buscar alternativas para reaquecer as exportações.

No caso especifico de Barra, o vereador entende que a prefeitura precisa elaborar um plano para atrair novas empresas e gerar empregos com isso. Ele citou que a Cluester Bioenergia que começou a ser discutida na gestão do ex-prefeito Chaparral através do empenho do empresário italiano Mário Buri é uma prova que a cidade pode explorar outras matérias-primas. A usina de cana-de-açúcar deverá ser instalada em 2012. Três viveiros já foram criados na cidade reforçando o empreendimento.

Fonte: Olhar Direto

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