terça-feira, 6 de julho de 2010

Confiança de pequenos e médios negócios no futuro da economia bate recorde

Indice que foi criado em 2008 e mede as expectativas de investimentos e lucros das PMEs para o próximo trimestre subiu para 75,4
Da redação

As pequenas e médias empresas esperam pelo terceiro trimestre de 2010 com otimismo na economia do país, no próprio setor de atividade e no desempenho individual. É isso que atesta o Índice de Confiança de Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN), divulgado nesta terça-feira (29) pelo Grupo Santander Brasil e pelo Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, que realizam a pesquisa desde 2008. O IC-PMN, que está na sétima edição e é divulgado a cada trimestre, pretende avaliar a expectativa do pequeno e médio empresário em relação a seis itens: o próprio lucro, faturamento, contratação de empregados, investimento em infraestrutura, desempenho de seu ramo de atividade e da economia como um todo. Para o terceiro trimestre deste ano, o IC-PMN atingiu o valor de 75,4, o maior já alcançado.

Foram pesquisadas 1.200 empresas com faturamento de até R$ 30 milhões de todo o país, dos setores de indústria, comércio e serviços. O índice varia de zero a 100, sendo 100 o nível máximo de confiança. “Os bons números são resultado do momento econômico atual, com destaque para o crescimento do consumo interno e do aumento do poder aquisitivo da classe C”, diz Ede Viani, diretor de pequenas empresas do Santander. “Em função da recuperação e crescimento do faturamento dos pequenos e médios empresários, esperamos aumento na demanda por crédito”, afirma.

O índice de confiança também foi dividido por setor da economia. O setor de serviços registrou 75,7 pontos; o de comércio, 75,5; e a indústria alcançou 74,3. Ainda de acordo com o levantamento, os empresários mostraram mais confiança no crescimento de seu faturamento (79,4 pontos), de seu ramo de atividade (78,0 pontos) e dos lucros (77,0 pontos). Assim como nas edições anteriores, o índice que mostra a previsão de novas contratações obteve a menor pontuação, 70,5. O índice que aponta a confiança na economia foi o único que registrou redução, com queda de 2 pontos, para 75,6.

Mais estabilidade gera mais crédito

“O índice passou o patamar pré-crise e isso atesta que já superamos seus efeitos. Em comparação com números de crescimento internacionais, o Brasil está muito bem”, afirma José Luiz Rossi, professor do Insper. De acordo com ele, o otimismo do pequeno e médio empresário é reflexo de uma grande estabilidade interna, relacionada à política, à inflação e ao PIB. Fato que comprova essa sensação de estabilidade é a intenção dos empresários de mexer nos preços: 67% não pretendem alterar o valor que cobram por seus produtos e serviços, 23% disseram que vão aumentar, e 7% vão reduzir o valor.

“Na medida em que aumenta a estabilidade da economia, haverá maior disponibilidade de crédito a longo prazo”, diz Viani. Segundo ele, os bancos devem oferecer empréstimos mais a longo prazo, já que é maior a garantia de que a situação econômica não vá mudar. “Com maior oferta de crédito de longo prazo, teremos mais condições que propiciem o desenvolvimento do empreendedor”, afirma Danny Claro, professor do Insper. “Será mais fácil adquirir crédito para começar um negócio, e as pequenas e médias empresas nascerão muito mais estruturadas”, afirma.

Junto com a expectativa para o próximo trimestre, a pesquisa avaliou quais deveriam ser as prioridades do próximo governo na visão dos empresários. A maioria, 56%, afirmou que devia ser a reforma tributária; 19% enfatizaram a redução da taxa de juros (Selic); e 15% reclamaram da falta de qualificação do trabalhador.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

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