Frigol reclama de concorrência desleal com ação do BNDES

Em comunicado, o frigorífico aponta a dificuldade de obter financiamentos baratos para a produção

Inhesta, da Agência Estado

SÃO PAULO - O frigorífico paulista Frigol, que na sexta-feira apresentou pedido de recuperação judicial, reclama da concorrência desigual, resultado do financiamento do BNDES aos grandes frigoríficos. Em comunicado disponível em seu site, o Frigol aponta a dificuldade de obter financiamentos baratos para a produção, "enquanto os lucros das instituições financeiras batem recordes".

"Some-se a tudo isso a política do governo federal em conceder recursos fartos e baratos via BNDES a três grandes grupos do setor, provocando uma concorrência desleal (...) em prejuízo direto as pequenas e médias empresas do setor", diz a companhia, em alusão à ajuda do banco de desenvolvimento a JBS Friboi, Marfrig Alimentos e Minerva. Até agora, o BNDES desembolsou R$ 16 bilhões - R$ 6 bilhões em empréstimos e R$ 10 bilhões na aquisição de participação acionária - e deve injetar mais R$ 2,5 bilhões na Marfrig na subscrição de debêntures para financiamento da compra da norte-americana Keystone Foods.

O Frigol informa que num prazo de 60 dias, a partir da decisão da Justiça sobre o pedido de recuperação, apresentará plano de reorganização a seus credores. O frigorífico, com sede no município de Lençóis Paulistas (SP), tem capacidade para abater 2,7 mil bois por dia, 1,4 mil empregados e produzia 200 mil toneladas de carne bovina por ano. A empresa está entre as 10 maiores do setor, mas distante dos três maiores grupos frigoríficos.

Fonte: Estadão.com.br