quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CNI: Brasil foi o segundo Bric mais afetado pela crise

País enfrentou queda de 2,5% na produção, mas já retomou os níveis anteriores à turbulência

Eduardo Tavares, de EXAME.com

São Paulo - A indústria brasileira foi a segunda mais afetada pela crise econômica internacional entre os países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e (China). Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o país enfrentou uma queda na produção de 2,5% entre setembro de 2008 e junho de 2010. A Rússia foi a mais prejudicada, com o produto industrial diminuindo 32,1% no período.

O estudo da CNI mostra que o Brasil está chegando ao nível de produção observado antes da crise, em 2008. Já a Rússia permanece praticamente estagnada no nível pós-queda. As indústrias de China e Índia saíram da recessão pouco afetadas. Em junho de 2010 elas já registravam crescimento de 24,3% e 14,7%, respectivamente, na comparação com 2008.

Segundo o documento, as indústrias do Brasil, da China e da Índia apontam ritmo de crescimento similar. "A diferença, no caso do Brasil, é que o impacto da crise internacional, no final de 2008, foi muito mais intenso do que na indústria dos outros dois países", destaca.

Para o economista da CNI Marcelo de Ávila, a queda mais acentuada da indústria russa tem relação com a alta insegurança jurídica existente no país. Contribuem para este cenário os efeitos do regime de transição do comunismo, que ocasionou a retirada de investimentos internacionais.

Quanto à China, Ávila diz que os efeitos praticamente nulos da crise se devem, sobretudo, à adoção do câmbio desvalorizado, que não afetou as exportações do país.

Já no Brasil, os destaques foram as medidas anticíclicas do governo. Como exemplos, o economista destaca as desonerações tributárias, como a isenção do IPI sobre os automóveis, que ajudaram na rápida recuperação. Ávila prevê que no máximo em três meses o setor retome os níveis de crescimento do período pré-crise.

"Brasil, Índia e China serão preponderantes no cenário futuro, não só pelo ritmo mais forte de crescimento, mas pela robustez que têm adquirido no cenário econômico mundial", afirma o economista.

Fonte: Portal Exame

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