sábado, 18 de setembro de 2010

O que é ser líder em seis das maiores empresas do Brasil

Saiba que atributos algumas das grandes companhias valorizam para cargos de liderança

Luciana Carvalho, de EXAME.com

Para Gerdau, líder deve ter mente inquieta

São Paulo - Assumir riscos, buscar sempre a excelência, entrar de cabeça no cenário global, ter a mente inquieta. Estes são alguns dos pré-requisitos da liderança da siderúrgica Gerdau. "Um líder na Gerdau vive os valores da empresa, faz acontecer, trabalha com método, trabalha com time e cuida das pessoas", define Francisco Deppermann Fortes, diretor de Recursos Humanos, Desenvolvimento Organizacional e Tecnologia de Gestão da empresa.

Segundo ele, não basta apenas ser competente na área técnica, é preciso saber mobilizar as pessoas por meio de suas ações e do discurso. Para isso, ter simplicidade, humildade para ouvir as equipes, integridade e paixão pelo trabalho é imprescindível. E, como uma empresa de atuação global, a Gerdau também exige de seus líderes flexibilidade intercultural. Os guias da empresa devem ficar sempre abertos ao novo, entendendo diferentes pontos de vista culturais.

AmBev quer líder que dê resultado


São Paulo - "A nossa definição de liderança é bastante clara e simples: líder é aquele que bate meta, atinge resultado com seu time de forma ética e correta", explica Thiago Porto, gerente de gente e gestão da AmBev. Com uma escala de ascensão baseada no mérito, a empresa de bebidas tem as "pessoas" como um pilar da liderança. E, para chegar ao topo, o funcionário precisa pensar grande, propor desafios, querer sempre entregar o melhor resultado.

No entanto, o líder deve ter em mente que ninguém faz nada sozinho. Desenvolver pessoas e times, inspirando-os a agir sempre de forma correta e dando o exemplo de comportamento e disciplina são outros critérios para separar o joio do trigo na hora de escolher um líder na companhia. Para completar o perfil, a AmBev valoriza os profissionais que "vestem a camisa" e agem como se fosse donos do negócio. Esses gestores exemplares são os responsáveis por incentivar e desenvolver internamente os futuros líderes na empresa.

Grupo Votorantim não quer heróis


São Paulo - O Grupo Votorantim baseia seu conceito de liderança em três "verbos" principais: engaja (mobiliza a organização, movimenta e motiva as pessoas, interage), realiza (coloca os projetos em prática, sem deixar tudo no "plano das ideias") e renova (identifica melhores oportunidades e está aberto a mudanças e novidades).

De acordo com Gilbero Lara, diretor de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Votorantim, com base nos três pilares, a companhia busca alguns pontos para escolher os líderes. Paixão pelo que faz, pragmatismo, qualidade na gestão de pessoas, busca pelo melhor resultado em tudo que faz e inovação fazem parte da lista. Segundo ele, é também muito importante a pessoa ser um membro de equipe. "Não buscamos heróis. Queremos pessoas que montam alianças com clientes, nas comunidades onde atuam, em outras áreas da empresa. Para mobilizar e atingir os objetivos, ninguém trabalha sozinho", afirma.

Natura valoriza líder que busca o bem comum


São Paulo - Aderir à essência da cultura organizacional da Natura é um dos pontos fundamentais que um líder deve ter na empresa. Guiados pela ideia de "bem-estar e estar bem", os gestores devem ser engajados ao propósito da Natura sem esquecer de seu próprio plano de vida. Com uma política de valorização das pessoas, a empresa incentiva os profissionais a conciliar os anseios pessoais e os profissionais, estimulando a busca constante de desafios e resultados superiores com base na sustentabilidade.

Segundo a gerente do escritório de liderança da Natura, Denise Asnis, a companhia exige uma liderança que seja engajada e inspiradora. "Tem a ver com o estar bem, olhar para fora, se projetar no outro, desenvolver pessoas que são agentes de transformação, representar um papel de agente na vida não só no trabalho", explica. De acordo com ela, o líder precisa mobilizar as pessoas em prol de um bem comum, ter transparência, buscar a verdade, ter abertura à diversidade, ser coerente e capaz de inovar. "Outro fator importante é o autoconhecimento. A pessoa tem que estar aberta a esse movimento de se entender e a mudar", afirma Denise Asnis.

Serasa Experian desenvolve Líder 3D


São Paulo – Não importa o cargo ou o nível da hierarquia. Na Serasa Experian, a "mentalidade de liderança" é o que realmente importa no profissional. "Mesmo que a pessoa não esteja à frente de uma equipe, pois acreditamos que todos devem ter ´estado de prontidão` para liderar", afirma Ricardo Loureiro, presidente da companhia. Assim, foi criado o conceito de Líder 3D, que deve ter três dimensões essenciais na formação: gestor, educador e transformador.

O primeiro ponto é responsável por gerenciar pessoas, projetos e processos, com foco em resultados. O segundo deve desenvolver novos líderes, sucessores, incentiva trabalho em equipe, o compartilhamento e a comunicação interna. Já o terceiro ponto diz respeito à inovação de produtos e serviços, à transformação da cultura da organização.

O equilíbrio entre esses quesitos é a chave para uma boa liderança e quem desenvolve um ou dois deles em detrimento de outro é visto como insuficiente. "Para nós, um líder que busca exclusivamente por resultados, que visa somente a ´entrega`, sem se preocupar com o desenvolvimento da equipe e com a transformação e inovação em seus processos não é completo", afima Loureiro.

No Santander, líder precisa enxergar o ´todo`


São Paulo - Acreditar na causa e na missão da organização, ajudar os outros a encontrar um significado para o trabalho, compreender as diferenças, conectar os valores da empresa às atividades propostas. Essas são algumas das condições que o Santander coloca para seus profissionais fazerem jus ao cargo de líderes. Com uma definição ampla de liderança, o banco mostra que seus gestores precisam estar atentos ao todo para serem bons.

Segundo Paula Giannetti, superintendente de Recursos Humanos do Santander, um bom líder deve "ter consciência dos seus valores pessoais, do seu propósito de vida e conectar-se com os valores corporativos". As pessoas são parte importante nesse processo, já que um líder no Santander precisa entender as diferenças individuais e usá-las como combustível para melhores resultados. Além disso, Paula ressalta que é necessário saber trabalhar em equipe, arriscar, aprender com os erros, inovar e (por que não?) ser feliz para garantir o sucesso do negócio.

Fonte: Portal Exame

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