quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Aumento no preço muda o hábito de consumidores

Thiago Arioza
Emídio Marques

A alta nos preços dos produtos da cesta básica, especialmente a carne vermelha, foi percebida até mesmo pelos consumidores menos atentos às variações de mercado. Uma breve pesquisa com fregueses e comerciantes do Mercado Municipal de Sorocaba foi suficiente para constatar a mudança nos hábitos de consumo, como no caso de Vera Lúcia Silva, 49 anos. O encarecimento de quase 10% da carne bovina a obrigou a mudar o cardápio com o qual a família estava acostumada. Ela conta que não costuma notar e não se importa com pequenas diferenças, mas que desta vez foi necessário mudar as escolhas. Em vez de servir só o tradicional bife e a carne de panela, a linguiça e a bisteca de porco passaram a ser mais recorrentes na mesa da família. Eu costumava comprar contrafilé, mas subiu bastante, então passei a levar mais a carne de porco, além de miúdos. Também estamos comendo mais ovos e legumes, afirmou.

Depois de conferir os preços das carnes expostas na vitrine, a dona de casa Ivone Solange Melo, de 45 anos, optou por um quilo de salsichas, por R$ 2,48. Lá em casa a gente come patinho e contrafilé, mas ultimamente, sempre que possível levo linguiça ou salsicha, por causa do preço, explicou.

O frango, alimento que costuma ser alternativa em relação à carne bovina, também aumentou de preço, fato que elevou o consumo de carne suína nos açougues. Milton Rodrigues é um dos empresários do ramo que confirma o reflexo da estiagem no bolso e nas escolhas do consumidor. Mesmo sem expectativa para que a situação volte à normalidade, ele não se preocupa, pois avalia que o crescimento nas vendas de outros produtos compensaram a diminuição na procura da carne vermelha. Ele estima que no açougue o aumento chega aos 20%. A falta de chuva deixou o gado com pouco pasto e portanto mais magro e a carne mais cara. Com isso, acaba faltando animais prontos para os frigoríficos, explicou o açougueiro que há dois anos não via um aumento tão elevado.

Feijão

Apesar de ser considerado alimento básico nas refeições do brasileiro, o feijão também foi deixado de lado por parte dos consumidores do Mercado Municipal. Numa loja da parte térrea, especializada em vagens e cereais, o feijão carioca, que há três semanas custava R$ 2,50, passou a valer R$ 5,00. Segundo Marcelo Utyama, responsável pelo estabelecimento, a lentilha, o grão-de-bico, a ervilha e principalmente o feijão preto foram os que mais venderam depois da alta. As pessoas reclamaram bastante, mas acabaram optando por outros grãos. Acredito que não deve demorar muito para que volte ao normal, talvez uns 20 dias, concluiu.

Fonte: Cruzeiro do Sul

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.