segunda-feira, 15 de novembro de 2010

População brasileira atingirá seu pico em 2030, diz Ipea

Rafael Galdo

RIO - Em 2030, o Brasil deve ter 206,8 milhões de habitantes, atingindo seu pico de população. A conclusão é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), num estudo divulgado nesta quarta-feira sobre demografia, com base em análises de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, do IBGE. De acordo com o levantamento, a menos que ocorra um aumento na fecundidade no país, em 2040 a população brasileira já vai ter encolhido em relação a 2030, com 204,7 milhões de habitantes.

Nesse processo, nas próximas décadas, a tendência é de que haja um superenvelhecimento da população, contra uma redução rápida da população jovem. Já em 2009, a proporção de idosos no país era de 11,4% da população, contra 7,9% em 1992. Num movimento inverso, o percentual de jovens caiu de 33,8% em 1992 para 24% em 2009. E a partir de 2030, as projeções são de que os únicos grupos populacionais que apresentarão crescimento positivo sejam os com mais de 45 anos.

Enquanto isso, a taxa de fecundidade no país continua baixa, mantendo os índices de 2007 e 2008. Em 2009, essa taxa foi de 1,8 filho por mulher, abaixo, portanto, da reposição populacional.

Segundo Ana Amélia Camarano, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, essas tendências terão forte impacto no mercado de trabalho e nas políticas públicas. Segundo ela, as empresas terão que se adequar à oferta de mão de obra mais envelhecida, reforçando, por exemplo, os serviços de saúde ocupacional e a capacitação de seus funcionários para novas tecnologias. Já o pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais deve ser feito por períodos mais longos e a mais idosos, assim como os atendimentos em saúde devem ser modificados.

- As mudanças representam uma conquista social, pois apontam a redução da mortalidade em todas as faixas etárias e para um aumento da expectativa de vida. Mas também trazem grandes desafios, e o primeiro deles é a questão previdenciária - afirma.

O estudo também identifica alterações na estrutura familiar brasileira. O número de casal com filho caiu, de 62,8% em 1992 para 49,9% em 2009. Em compensação, houve um aumento das famílias constituídas por casais sem filhos (16,2% em 2009) e de homens e mulheres morando sozinhos (7,5% para eles e 8,9% para elas). Mães com filhos eram 15,4% em 2009. E pais com filhos eram 2%.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.