quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Prefeituras estariam envolvidas em suposto esquema de corrupção realizado por policiais da Draco

Ana Claudia Costa e Waleska Borges

RIO - O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, disse no início da tarde desta segunda-feira, em entrevista ao telejornal RJ-TV, que a prefeitura de Rio das Ostras estaria envolvida no suposto esquema de corrupção de policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os agentes teriam arquivado investigações sobre fraudes em licitações em troca de alguma vantagem econômica. Segundo Turnowski, foram encontrados nesta manhã na delegacia dois documentos originais do processo que teria deixado de ser investigado assinados pelo chefe da especializada, Claudio Ferraz, e pelo inspetor Jorge Gherard.

A Procuradoria Geral de Rio das Ostras nega qualquer envolvimento do município no suposto esquema de corrupção relacionado à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Em nota, a procuradoria disse estranhar o fato de Rio das Ostras ter sido citada pelo delegado, "visto que sempre respondeu oficialmente todas as notificações feitas pela Draco".

Turnowski afirmou que vai pedir ao Tribunal de Contas a quebra dos sigilos fiscais e telefônicos de empresários e funcionários da prefeitura que podem ser os responsáveis pelo pagamento de propinas em função da fraude nas licitações.

O chefe da Polícia Civil ressaltou que a devassa que está sendo feita na delegacia não é uma represália às investigações que começaram na unidade e culminaram na Operação Guilhotina, na qual o delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira - ex-braço direito de Turnowski - foi preso.

- Não é represália. Para fazer represália seria contra a PF. Inclusive o secretário Beltrame autorizou (o fechamento da delegacia). Este é o início de um grande processo de limpeza da Polícia Civil. Eu mesmo vou começar a fazer essa limpeza - disse Turnowski.

Ele afirmou ainda que a denúncia contra Claudio Ferraz - que colocou atrás das grades 676 milicianos, metade deles agentes da lei - não enfraquece o combate à milícia. Ele enfatizou que cabe ao secretário Beltrame decidir o futuro de Ferraz:

- Se tivesse na Polícia Civil, seria exonerado.

No início da manhã, o corregedor interno da Polícia Civil, Gilson Emiliano Soares, já havia afirmado que Turnowski tinha recebido denúncias de que policiais da especializada participaram de procedimentos ilícitos não só com empresários, mas também com prefeituras. O corregedor participa da devassa na delegacia, que teve as portas lacradas no fim da tarde de domingo. De acordo com o corregedor, os órgãos municipais eram abordados pela violação da lei de licitação.

- Essas prefeituras estariam sendo pressionadas de forma dissimulada a fazer isso ou aquilo - disse o corregedor.

O corregedor informou ainda que nesta segunda-feira serão apreendidos computadores, pen drives e registros de ocorrências da delegacia.

O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, afirmou, também na manhã desta segunda-feira, que toda a ação da corregedoria na Draco foi autorizada pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Turnowski ressaltou que vai se pronunciar a tarde explicando toda a ação da corregedoria e o fechamento da Draco.

Fonte: O Globo

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