terça-feira, 12 de abril de 2011

Imóveis brasileiros rendem o dobro da média mundial

Em 2010, o aluguel de escritórios deu um retorno equivalente a 11% do valor da propriedade em São Paulo e a 10,5% no Rio - contra apenas 5,5% no resto do planeta

Eco Berrini (o maior, ao centro): um dos prédios mais rentáveis de São Paulo

São Paulo - A renda gerada pelo aluguel de imóveis comerciais no Brasil foi a décima maior do mundo em 2010. Segundo uma pesquisa da consultoria imobiliária Colliers, que leva em consideração 130 cidades em 50 países mundo, a taxa de retorno de escritórios representou em média 11% do valor da propriedade em São Paulo e 10,5% no Rio de Janeiro. Os percentuais são equivalentes ao dobro da média mundial (5,5%) e superam os valores obtidos nos principais centros mundiais, como Nova York (6%), Londres (5,75%), Milão (5,5%), Paris (5,1%) e Tóquio (4,6%).

Os imóveis industriais, como galpões, centros de distribuição e unidades fabris, são ainda mais rentáveis. O aluguel representou 12,5% do valor do empreendimento no Rio de Janeiro e 11,5% em São Paulo. Ambos os valores também são bem superiores aos das maiores metrópoles mundiais.

O investidor que fugiu dos ativos financeiros e concentrou seus recursos no mercado imobiliário nos últimos anos não tem do que se queixar. Desde 2007, o retorno médio obtido com imóveis comerciais foi bem superior ao CDI (considerado o retorno médio de investimentos de renda fixa) e ao Ibovespa (principal índice de ações da bolsa paulista).

É importante lembrar que a vantagem dos imóveis foi obtida mesmo sem levar em consideração o ganho que pôde ser embolsado pelo investidor com a compra e venda de imóveis em um momento de forte valorização. A taxa de retorno só inclui a renda gerada pelo imóvel a partir dos aluguéis e eventualmente outros serviços prestados dentro do empreendimento.

Preços

A expectativa da Colliers é de que os valores dos aluguéis e de revenda dos imóveis comerciais não subam tão rapidamente no Brasil neste ano quanto no passado recente. A economia passa por um momento de desaceleração devido ao aumento dos juros. Em épocas como essa, vendedores e locadores são obrigados a ser mais flexíveis nas negociações.

Para a consultoria, a tendência geral é de que seja observada uma gradual queda nas taxas de retorno dos imóveis brasileiros nos próximos anos. Um limitador desse processo é a inflação em alta, já que a maioria dos contratos imobiliários são indexados ao IGP-M no Brasil. Isso significa que os aluguéis ficam mais caros sempre que os preços aceleram. Não é à toa que o mercado imobiliário é visto como porto seguro por muitos investidores em momentos de avanço da inflação.

A Colliers acredita que o mercado de escritórios de São Paulo deve continuar no estágio de expansão nos próximos meses. A partir do segundo semestre, entretanto, grandes empreendimentos serão entregues (clique aqui e veja os principais). A consultoria prevê o início de um estágio de superoferta de espaços para a instalação de empresas a partir de 2012. com a diminuição no ritmo de aumento dos preços ou mesmo queda.

Já o mercado carioca de escritórios vive uma realidade bem distinta. As limitações geográficas impostas pelo mar e pelas montanhas diminuem as possibilidades de novos lançamentos de prédios comerciais nas regiões onde as empresas desejam se instalar. Tanto que muitas incorporadores enxergam o retrofit (revitalização total de prédios antigos) como única alternativa para levar adiante grandes empreendimentos na cidade.

Como a expectativa de lançamentos não chega a superar a demanda, a Colliers acredita que o Rio de Janeiro encontra-se neste momento apenas na metade do ciclo de expansão imobiliária. Os preços dos aluguéis e das propriedades, que já são bastante altos, devem continuar a subir por mais alguns anos. O estágio de superoferta, em que há uma reversão nos valores praticados, só de ser alcançado por volta de 2014.

Fonte: Portal Exame

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