terça-feira, 12 de abril de 2011

Para gerente da CNI, agenda da inovação deve entrar na política industrial

Segundo representante da entidade, é preciso aprimorar o atual conjunto de incentivos à inovação para que eles tenham mais eficácia e atinjam maior número de empresas
Da Agência Sebrae de Notícias

O país precisa colocar a agenda da inovação – conjunto de medidas de apoio ao desenvolvimento tecnológico das empresas nacionais – no centro da política industrial que está sendo atualizada pelo governo. Segundo o gerente executivo de Política Industrial e de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mol, é preciso ainda aprimorar o atual conjunto de incentivos à inovação para que eles tenham mais eficácia e atinjam maior número de empresas.

A importância da inovação para garantir a competitividade das empresas brasileiras diante dos desafios do mercado global foi um dos temas centrais do workshop “Inovação e Competitividade”, que integra a 19ª Semana de Capacitação promovida pelo Sebrae.

Para Roberto Álvares, diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), para garantir o desenvolvimento sustentável, no futuro, a economia brasileira precisa aumentar seus níveis de produtividade – e para isso a inovação é essencial. “Nos últimos anos, 30 milhões de brasileiros saíram da pobreza, gerando novas oportunidades para as empresas, mas é preciso perguntar quem vai se aproveitar mais disso: as empresas brasileiras ou estrangeiras?”, questionou. Ele observou que a China exporta hoje, por dia, mais do que exportava por ano em 1979.

Outro mito que precisa ser desfeito, de acordo com Roberto Álvares, é o de que inovação é sempre um processo complexo. Ele explicou que inovação não e apenas invenção, tecnologia ou desenvolvimento de um novo produto. Pode ser uma nova forma de fazer, um aprimoramento de marketing ou um novo modelo de negócio, por exemplo. O essencial é que a nova idéia se traduza em valor econômico, em algo que possa ser comercializado ou agregue valor à empresa.

Segundo os participantes do workshop, a preocupação deve ser tanto de pequenas quanto de grandes empresas. “A ideia de que inovação diz respeito apenas a grandes empresas é um mito”, observou Paulo Mol. Miriam Zytz, assessora da diretoria técnica do Sebrae, lembrou que, no Brasil, as micro e pequenas empresas constituem 99% dos empreendimentos, respondem por 52% dos empregos, mas, como têm baixa produtividade, participam de apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Em países como Itália, Espanha, Alemanha e Grécia, essa participação vai muito além de 50%.

Miriam Zytz lembrou que o Sebrae tem o apoio à inovação nas MPE como uma de suas prioridades. O programa Sebraetec, relançado em novas bases no início deste ano, prevê, por exemplo, a aplicação de R$ 787 milhões, nos próximos três anos, em programas de inovação e desenvolvimento tecnológico. As ações incluem desde projetos mais elaborados e de tecnologia de ponta até ações de fortalecimento de gestão e reestruturação organizacional. “O universo das MPE é bastante heterogêneo, comportando empresas de todos os níveis de desenvolvimento. E todas estão contempladas pelo programa”, frisou.
 
Fonte: PEGN

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