quinta-feira, 21 de abril de 2011

PF prende promotora do DF suspeita de envolvimento no mensalão do DEM

Jailton de Carvalho
BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira a promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Deborah Guerner e o marido, Jorge Guerner, ambos suspeitos de envolvimento no escândalo do mensalão do DEM . Eles foram presos em casa, segundo a assessoria da PF. Mesmo alvo de vários processos, a promotora passou 20 dias em Milão, na Itália, sem avisar à Justiça Federal que faria uma viagem internacional.

A promotora é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretario de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa. Ela também é suspeita de tentar extorquir o ex-governador do DF José Roberto Arruda.

Déborah e o marido são investigados ainda por suposto envolvimento em irregularidades na licitação para contratação de empresa de coleta de lixo em Brasília.

A ordem de prisão foi expedida pela desembargadora Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional da 1º Região (TRF-1). A promotora e o marido são acusados de comprar atestados de insanidade mental de dois médicos paulistas. Os atestados fariam parte de uma estratégia para livrar Deborah de condenações em processos que ela responde no Conselho Nacional do Ministério Público, na Corregedoria do Ministério Público e na Procuradoria Regional da República.

A promotora, o marido e os dois médicos foram denunciados na terça-feira pelo procurador Regional da República Ronaldo Albo. Deborah, Jorge Guerner e o médico foram filmados ensaiando o "teatro da loucura" que a promotora faria na reunião em que o Conselho Nacional do Ministério Público iria decidir se ela deveria ou não perder o cargo no Ministério Público do Distrito Federal. A reunião foi suspensa e deve ser retomada em maio.

O casal foi levado para a Superintendência da PF em Brasília pela manhã . À tarde, Jorge Guerner foi transferido para o presídio da Papuda, mas, posteriormente, foi reconduzido à carceragem da PF, pois não havia vaga em cela individual para ele. A promotora foi levada para uma sala, sem grades, com 16 metros quadrados, no Comando de Operações Táticas da PF. Lá há uma cama com colchão e ar condicionado. Como integrante do Ministério Público, ela tem direito à cela especial.

Julgamento no Conselho Nacional do MP foi suspenso

Na primeira semana de abril, o julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) do ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra e da promotora Deborah Guerner foi suspenso. O conselheiro Luiz Moreira, relator do caso, propôs a demissão dos dois envolvidos no escândalo do mensalão do DEM. Dois conselheiros seguiram o voto do relator, mas houve pedido de vistas do conselheiro Achiles Siquara. A votação será reiniciada na primeira sessão do conselho, em maio.

Fonte: O Globo

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