domingo, 16 de outubro de 2011

JBS aceita reabrir planta de Presidente Epitácio, mas faz exigências

Frigorífico quer que o estado de São Paulo eleve percentual de devolução de créditos do ICMS

por Agência Estado

Para voltar atrás na decisão de fechar a unidade de Presidente Epitácio (SP), o frigorífico JBS quer que São Paulo passe a devolver créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) equivalentes a 7% do valor do produto vindo de outros estados. Atualmente, a devolução é de 3%.

A informação foi passada pelo deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, que também é presidente da Força Sindical, e confirmada por fontes do frigorífico. Como dificilmente o governo cederá a esse ponto, até porque não poderia abrir uma concessão específica para uma só empresa, a condição imposta pelo frigorífico deve ser vista apenas como pró-forma. Até porque o JBS já demitiu 1.275 trabalhadores da unidade. Além disso, já foram retirados os equipamentos da planta, o que dificultaria uma retroação.

Paulinho esteve com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para apresentar o imbróglio do setor. O deputado teme que o JBS ou até outras empresas do setor demitam mais trabalhadores. "A confusão toda é que se trata de uma questão tributária", disse.

O que mais incomoda o parlamentar é o fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ser sócio do JBS. "Não dá para aceitar dinheiro público em uma empresa que demite tanto", afirmou o deputado. De acordo com ele, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, com quem esteve reunido há uma semana para tratar do tema, não levou o assunto "muito a sério".

"Desse jeito, vamos ter que brigar com todo mundo e vamos colocar o pessoal nas ruas para protestar", avisou o líder sindical. O intuito da reunião com Lupi foi tentar que o governo faça alguma pressão para evitar demissões de uma empresa que, ainda que indiretamente, recebe dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Os frigoríficos sentem diretamente o aumento dos preços das terras no estado de São Paulo, pois as áreas de pastagem cederam espaço para plantio de laranja e, principalmente, de cana-de-açúcar. Além disso, há a avaliação de que governos passados foram mais favoráveis ao setor, o que não está sendo visto agora.

Fonte: Globo Rural

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